Exposição Permanente
O Instituto Tércio Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais (NCE/UFRJ), o Instituto de Computação (IC/UFRJ), o Programa de Pós-Graduação em Informática (PPGI/UFRJ) e o Programa de Pós-Graduação em História das Ciências, das Técnicas e Epistemologia (HCTE/UFRJ) criaram o Museu da Computação da UFRJ.
O objetivo do Museu é salvaguardar e difundir a história da pesquisa e da construção de artefatos computacionais na Universidade Federal do Rio de Janeiro a partir da década de 1970. Foi neste período que o país, e, em especial a UFRJ, mostrou sua capacidade de desenvolvimento tecnológico e teve fundamental participação na nascente indústria nacional de Informática.
As peças do acervo do Museu da Computação são, em sua maioria, desenvolvimentos do NCE/UFRJ (antigo Núcleo de Computação Eletrônica). Mas há também objetos doados que contam a história do ensino & pesquisa na Universidade.
1973
Processador de Ponto Flutuante
Primeiro projeto de hardware desenvolvido no NCE, em 1973. O PPF, que se interligava diretamente à CPU do IBM-1130, acelerava de 2 a 3 vezes o processamento de programas FORTRAN através de realização por hardware das operações em aritmética real. Foi financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento - antigo BNDE - e repassado à Microlab Eletrônica S.A., que industrializou, em 1974. Cinco cabeças de série do PPF foram colocados em universidades brasileiras, entre elas a UFRJ, o IME e o ITA. O PPF marcou o início de projetos nacionais na área de software e hardware básicos no Brasil.
1974
Terminal Inteligente
Primeiro protótipo do Terminal Inteligente, máquina de entrada de dados projetada e construída no NCE no ano de 1974. Foi concebido para que se criasse um conhecimento local no uso da nova tecnologia de microprocessadores. Utilizou o Intel 8008, o primeiro microprocessador de 8 bits, lançado nos Estados Unidos em 1972.
1975
Terminal de Vídeo TB-110
Terminal de vídeo, também conhecido como Terminal Burro, era uma unidade compacta para Entrada/Saída de dados em computadores, apresentando uma tela de vídeo para acompanhamento visual, desenvolvida a partir de componentes que eram ainda importados em sua maioria. Substituiu, com vantagens econômicas e operacionais, as tradicionais máquinas perfuradoras/conferidoras de cartões. Esse terminal de vídeo, desenvolvido pelo NCE nos anos de 1975 e 1976, foi transformado em produto pela Embracomp, que comercializou cerca de 300 unidades. O terminal de vídeo comercial foi batizado com o nome de TB-110. A Embracomp foi criada pelos próprios funcionários do NCE para industrializar e comercializar seus desenvolvimentos.
Década 1970
Minicomputador Nova
Foi um minicomputador, desenvolvido como parte de um Difratômetro de Raios X para a determinação de estrutura molecular em cristais. Possuía 4096 bytes de memória e palavra de 16 bits. Sua inicialização se dava através de comandos em um painel de chaves e os resultados da computação eram visualizados por lâmpadas indicadoras. Um teletipo permitia a entrada e saída de sequências mais longas de programação, em fitas de papel perfurado. Esse minicomputador tinha a finalidade de controlar a automação do Difratômetro durante o processo de coleta de dados.
1981
Projetos de Microeletrônica
Em 1981, o NCE inicia sua atuação na área de Microeletrônica, com a formação de mão de obra, criação de um laboratório de projeto de sistemas digitais e desenvolvimento completo de circuitos VLSI. Nessa área, foram desenvolvidos diversos programas de CAD – Computer Aided Design – com o objetivo de auxiliar os projetos de circuitos integrados. CADMOS - sistema rodava no computador PDP 11/70 da DEC. Ganhou o prêmio Digibrás de Tecnologia no 3° Congresso da Sociedade Brasileira de Computação. TEDMOS - sistema criado com o objetivo de popularizar o desenvolvimento de projetos de circuitos integrados. Rodava no PC usando o Terminal Gráfico Colorido desenvolvido no NCE em 1982. Este terminal ganhou o Prêmio Miguel Aranha Borges, da Sociedade Brasileira de Computação em 1982.
Década 1980
Redes Locais de Computadores
Esses equipamentos fizeram parte dos projetos na área de redes locais. O primeiro projeto foi a implementação do anel a 10Mbps, em par trançado, que estava sendo desenvolvido nas universidades de Cambridge e Kent, na Inglaterra. O segundo projeto desenvolveu uma rede em barra CSMA/CD, de baixo custo.
1986
PEGASUS
O NCE desenvolveu nos anos 1983 a 1986 o supermicro PEGASUS de 32 bits baseado na linha de microprocessadores da Motorola (68000, 68010 e 68020). O primeiro protótipo do PEGASUS foi desenvolvido com o microprocessador 68000 e foi exposto na Feira de Informática de 1984 no Rio de Janeiro. Este protótipo possuía memória de 1 MB, cache de 4 kbytes, unidade de processamento periférico SCSI e outra para 16 terminais de vídeo e duas impressoras. Em 1985, os projetistas modificaram este protótipo a fim de se utilizar o microprocessador 68010. Este protótipo modificado ganhou o 1º prêmio da Área de Pesquisa e Desenvolvimento na Feira de Informática realizada na cidade de São Paulo em 1985. Em 1986, o PEGASUS foi apresentado na Feira de Informática com CPU baseada no microprocessador 68020.
Década 1980
Multiplus
O projeto MULTIPLUS visava desenvolver capacitação no país na área de processamento paralelo de alto desempenho. Abrangente, o projeto incluía: a implementação de um protótipo com 16 processadores de um total de até 1024 possíveis; o desenvolvimento de um sistema operacional próprio, o PLURIX, facilitador de processamento em paralelo de tarefas; A concepção em tecnologia CMOS de diversos circuitos integrados específicos voltados para uma melhor implementação física do MULTIPLUS. O projeto foi um dos três projetos nacionais selecionados para receber apoio da FINEP no seu programa PAD de apoio à pesquisa em processamento de alto desempenho.
Décadas de 1980/1990
Leitora de código de barras
O projeto, desenvolvido entre as décadas de 1980 e 1990, consistia de uma caneta de varredura manual de códigos (de marcas) e de um microprocessador INTEL 8085. O equipamento possuía no painel frontal um conector serial, capaz de enviar dados em ASCII para um sistema qualquer de processamento. Sinalizadores sonoros alertavam se a leitura havia sido bem sucedida. Este projeto era de automação industrial e visava ser uma alternativa às leitoras de cartões comerciais e, para isso, esperava processar mais de 50 documentos por minuto.